Enquanto chove




Ouvir o barulho da chuva sempre me acalma. O vento gelado que geralmente a acompanha também me alegra. Por vezes eu me sinto acolhida por esse frio, sozinha na escuridão dos meus pensamentos. 

Sabe aquela linha tênue entre a imaginação e realidade? Uma vez eu achei que era fácil de transpor, certa vez eu tentei transpor. Era uma tarde chuvosa como essa, antes eu tinha um quintal com uma goiabeira. Antes eu não tinha um filho para criar e me achava tão desapegda e infeliz com tudo que eu só queria não estar ali.

Eu nem lembro muito bem como foi, mas algum fio de realidade me puxou, algo bem banal como alguém chamando na porta da frente ou um telefone tocando. 

Eu não sei quando eu aprendi a enfrentar os meus problemas de frente. Eu não sei quando eu comecei a olhar a vida de frente. Eu não sei quando eu aprendi que tinha que ser forte e me manter firme enquanto a tempestade chegava e o medo me invadia.

Ainda tenho vontade de fugir, alguns dias ainda são muito doloridos, ainda tenho vontade de dormir durante três dias seguidos. Eu ainda faço coisas das quais não me orgulho, das quais me envergonho. 

Porém a vida segue e ensina a gente a ser forte, a ficar firme e esperar a tempestade passar. Essa parte eu já aprendi, apesar de ainda vacilar de vez em quando.

O meu próximo passo é aprender a confiar. Confiar que as coisas na vida acontecem por algum motivo, confiar que no final tudo vai dar certo, confiar que as coisas tem que ser como são. Confiar que eu não preciso ter medo porque o plano já foi traçado.

E você qual o seu próximo passo?

Janaina de Oliveira

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